Estamos sempre concentrados no que temos que fazer e às vezes só precisamos desenvolver um olhar amoroso diante de tudo que fomos capazes de realizar e fazer acontecer na nossa vida.
Certo dia resolvi pintar a minha casa de branco. Fiz o orçamento do material necessário, fiz pesquisa de preço e após comprar tudo que eu precisava recebi o valor do serviço do pintor e de imediato decidi não pagar por aquele serviço. Achei que ele estava me cobrando um valor absurdo diante de um serviço pequeno.
Boa parte da minha vida vi a minha mãe pintando a casa. Ela sempre borrava o pé do forro e depois não conseguia limpar. Então, imagine uma parede toda pintada de branco com o forro manchado de verde. Foi quase sempre assim por aqui.
Logo pensei: Se a minha mãe conseguiu pintar a casa tantas vezes eu também posso. Encarei como um desafio pintar a casa sem sujar muito o forro, é claro.
Fiz tudo certinho: Coloquei a tinta em uma bacia, acrescentei um pouco de água, misturei bem, limpei a parede e comecei a pintar. O rolo estava com tinta e eu com muita empolgação.
Fechava meus olhos e imaginava aquela casa toda branca com os móveis coloridos. Ficaria lindo o resultado final. Só que eu estava apenas começando. Ainda dando os primeiros passos no serviço que era para um profissional fazer.
Mas se ele consegue, eu também consigo. Positiva? Sempre amigos!
Nas primeiras duas horas eu estava empolgada com os primeiros resultados. Vez ou outra pensava: Estou dando conta do recado. Estou pintando melhor que o último pintor. Pra começar: Nem borrei o forro.
Depois de mais de cinco horas pintando o mesmo cômodo eu comecei a me perguntar: Onde você estava com a cabeça quando resolveu pintar a casa?
Eu me olhei no espelho e estava completamente cansada e esgotada. Minha mão estava dolorida, minhas costas latejando e tudo que eu queria era tomar um banho, comer uma comida saborosa e dormir.
E foi exatamente o que eu fiz. Parei.
Cansada até para pensar e confesso que com um pouco de raiva por ter julgado fácil o serviço do pintor. As paredes eram altas, sobe e desce da escada, retocando o forro inúmeras vezes, enfim, nada fácil para uma garota do norte. Mas eu sou forte. Eu aguento. Eu repetia isso. Só que minha mente cansada já não estava dando lugar para nada disso. Ela só queria um remédio para dor.
Decidi recomeçar no dia seguinte. Já não tinha forças para continuar. Apaguei a luz e adormeci.
Na manhã seguinte minha mãe me recebe com um sorriso largo dizendo que as paredes estavam brancas como neve e que eu tinha talento para pintar uma casa.
Ela estava certa. As paredes foram pintadas com amor, dedicação e esforço. Eu fiquei contente com o resultado. De verdade.
Sabe porque eu resolvi te contar tudo isso? Melhor que sonhar…
É porque você precisa saber que algumas coisas parecem simples no começo, depois surgem dificuldades e pensamos em desistir na primeira oportunidade. Mas não devemos fazer isso quando aceitamos o desafio de fazer algo novo pela primeira vez.
Eu poderia ter desistido de pintar a minha casa. Eu poderia ter abandonado a ideia de que eu era capaz de pintar tão bem como o profissional.
Mas eu não desisti por completo. Eu recuei quando senti que as minhas forças físicas haviam sido esgotadas. Descansei e recomecei no dia seguinte até a última gota de tinta da lata chegasse ao fim.
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Não paramos somente diante de uma dificuldade, paramos por medo, insegurança e preguiça. Você já desistiu em algum momento por algum desses motivos?
Um dos meus pensamentos quando eu estava pintando era de não pensar no que ainda faltava ser pintado, mas olhar para cada parede que eu já havia finalizado a pintura. Apreciar o trabalho das suas mãos, o que você conseguiu realizar sozinha, seu mérito e esforço estampado na sua frente.
Estamos sempre concentrados no que temos que fazer e às vezes só precisamos desenvolver um olhar amoroso diante de tudo que fomos capazes de fazer até chegarmos onde estamos. O agora.