O paradoxo do não-fazer

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O paradoxo do não-fazer
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Não importa qual seja a desculpa, as vezes o ócio é a mais agradável escolha que temos para fazer. O paradoxo do não-fazer nos fala sobre isso.


Muitas vezes, sob a justificativa de não querer investir energia ou tempo em alguma tarefa, protelamos. E, por mais louco que pareça, é fato que deixar de resolver é mais dispendioso do que simplesmente ir e fazer.

Isso acontece porque existe uma relação direta entre o quanto resistimos a fazer algo e o quanto aquilo ocupa a nossa mente.

A tendência geral é de nos dedicarmos às coisas que temos mais vontade de fazer e ir deixando as outras sempre de lado, mas isso cria um ciclo vicioso, o qual libera boa energia quando quebrado.

Eu gosto muito de aprender com tudo. Principalmente com as coisas mais bobas do dia a dia. Pois bem, assim, a louça suja é uma grande professora de gestão de tarefas para mim.

O famigerado ato de deixar para lavar depois é uma boa ilustração de como adiar faz com que, na verdade, você se comprometa com um investimento maior no futuro. Quando, no dia seguinte, aquele queijo derretido já virou um só corpo com o seu prato, o que levaria 2 minutos para ser resolvido, leva 10.

Já percebeu que tudo o que você tem a resolver fica, de alguma forma, em um registro em sua cabeça? O que você assume para si mesmo habita o seu espaço mental. E funciona muito como a memória RAM do seu computador. As coisas ficam ali, latentes, consumindo potencial.

Esse período entre o compromisso criado e a sua finalização fica sugando a sua disposição. Portanto, quanto mais demoramos para agir, mais energia estamos colocando naquilo, sem estar resolvendo.

Quanto mais apresentamos resistência à realização de um afazer, mais ele estará em nossa memória mental de rápido acesso.

O paradoxo do não-fazer é fundamentado na percepção de que se você juntar todos os mínimos desgastes que ocorrem no dia a dia por você se lembrar de coisas que deveria ter feito e ainda não fez, isso resulta em uma quantidade de energia gasta muito maior do que o que seria necessário para simplesmente ir e fazer.

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E quanto mais deixamos coisas de lado, mais nos acostumamos com esse comportamento, criando como um buraco negro que compromete nosso potencial.

Na vida cotidiana, o mais comum é começarmos por aquelas coisas que gostamos mais, que temos mais vontade de fazer. Acontece que, assim, o que achamos mais chato vai ficando ali por mais e mais tempo, gerando mais desgaste desnecessário. Reverter esse processo é se empoderar.

Eu gosto de identificar qual é a coisa que está mais na minha cabeça, e começar por ela. É incrível como isso libera energia, gera disposição e entusiasmo para fazer todas as outras coisas com maior ânimo e performance.

Quando decidimos encarar de frente e resolver algo que não queremos fazer, sempre há aquele momento em que refletimos e inventamos um sem fim de desculpas e justificativas para adiar um pouco mais.

Contudo, em relação àquilo que é para ser feito – seja por determinação de outros ou por decisão própria – não há o que questionar. É simplesmente uma questão de agir. Se deve ser feito, vamos fazer ao invés de pensar em fazer.

Não agir é mais custoso do que agir. Maior o tempo que sustentamos uma pendência, maior a quantidade de tempo e energia que ela consome.

Para quebrar a inércia destrutiva e reforçar uma forma mais inteligente de lidar com as ocupações, devemos priorizar a resolução do que mais não queremos afrontar e fazê-lo sem argumentar.

Assim gosto de me exercitar. No início exige esforço, mas é só uma questão de prática.

André Bouchardet

Sou Empreendedor do DeRose Method. Tenho 25 anos. Ensino uma metodologia de aprimoramento humano que tem como foco a reeducação comportamental. Há 5 anos acompanho pessoas de 18 a 35 anos que estão interessadas em trabalhar pela utilização do máximo potencial humano.

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