Motivação X Entusiasmo

Motivação – Imagem: Pexels

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Motivação – Imagem: Pexels

Você já se sentiu desmotivado em algum momento? E quanto ao entusiasmo? Você possui muito ou pouco? Confira um pouco mais sobre isso nesse artigo.


É muito comum nos depararmos com palestras, vídeos e seminários motivacionais. Mas será que sabemos realmente identificar quando nossa motivação se vai? E o que fazer quando estamos desmotivados?

Antes de mais nada, vamos avaliar a origem da palavra. Quando foram criadas, as palavras não se baseavam somente na fonética mas principalmente na ideia a ser transmitida.

Motivação vem do latim movere que significa movimento. Basicamente, é aquilo que produz o movimento. No português fazendo uma análise bem simples, é o motivo da ação. Logo, podemos concluir que motivação se refere ao objetivo final, ao resultado. Afinal, o que nos move, nos leva a agir é justamente o desejo por determinado objeto ou situação.

Por exemplo, pense em qual é sua motivação no seu atual emprego. Alguns dirão que é a remuneração, outros que é a oportunidade de aplicar seus conhecimentos, há ainda quem diga que sua motivação é a convivência com sua equipe de trabalho etc.

Motivação e objetivos

Embora os objetivos pessoais possam variar entre os funcionários, a empresa possui um objetivo maior, que difere do mesmo de seus componentes. Entretanto, isto não anula que os funcionários tenham suas próprias ambições e ainda agrega uma motivação a mais para cada um deles. Através disto, percebe-se que uma mesma pessoa pode ter mais de uma motivação e trabalhar para alcançar cada uma delas.

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Contudo, é necessário atenção para manter o foco e não perder-se em seus próprios objetivos. É necessário uma relação de prioridades para determinar a hierarquia entre os objetivos almejados. Isto não prejudica de maneira nenhuma suas ambições, apenas organiza suas ações, fazendo com que o mais importante seja executado primeiro. Isso lhe permitirá montar uma “trilha” formada pelos objetivos desejados.

Definido o destino, é necessário flexibilidade para alcançá-lo. Tomemos por exemplo os grandes navegadores dos séculos XV e XVI. Seus navios eram movidos principalmente pela força dos ventos. Sendo assim era preciso estar atento às variações das correntes de ar, para que a embarcação pudesse se mover com velocidade. Muitas vezes, as viagens demoravam mais do que o previsto, pois os navios dependiam da força eólica. Alguns trajetos que seriam mais curtos em linha reta, se tornavam longos, pois os ventos faziam curvas e retornos em muitos pontos do oceano e a embarcação precisava se adequar aos ventos.

Apesar de todas as dificuldades, os navegantes não perdiam sua motivação. Eles tinham em mente seu objetivo de alcançar o porto. Alguns sofriam por muito tempo no mar até finalmente encontrar terra firme.

Vasco da Gama, por exemplo, foi o primeiro navegador europeu a chegar à Índia circundando a África. Sua primeira viagem foi marcada por doenças terríveis, falta de alimentos e pouco dinheiro para a empreitada. Mesmo assim, ao chegar ao seu destino, comprou tantos produtos que seu lucro foi seis mil vezes maior do que seus gastos.

Desmotivação x Motivação de verdade

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Ao dizermos que estamos desmotivados, estamos afirmando que não temos objetivos ou metas. Ora, se não temos motivo para fazer algo, por que o fazemos? Nossa motivação só termina quando a perdemos de vista e nos atemos a outras coisas, ou seja, nossa motivação não acabou, apenas foi transferida.

Por outro lado, o entusiasmo é algo que pode acabar. Muitas vezes de repente.

No grego, entusiasmo significa “ter deus dentro de si”. Para os gregos, quando seus pintores, escultores e artesãos recebiam inspiração era como se os próprios deuses se manifestassem através daquelas pessoas. Isso poderia acontecer também com guerreiros, clérigos e intelectuais. Tais pessoas demonstravam tamanha devoção ao que faziam que parecia algo sobre humano.

Pode parecer um pouco surreal, mas muitos de nós já vivemos experiências assim. O entusiasmo, ao contrário da motivação, é algo que surge dentro de nós. Alguns conhecem o entusiasmo por animação ou até mesmo alegria. Para nós, o entusiasmo surge quando fazemos algo que gostamos. Pense por um momento: o que você teria mais energia para fazer, passar três horas trabalhando tarde da noite ou assistir a um show de sua banda favorita  com a mesma duração e no mesmo horário.

Você provavelmente escolheu a segunda opção. Ainda que ambas as situações tenham a mesma duração e sejam no mesmo horário, assistir ao show nos deixa mais entusiasmados. Isto se deve ao fator de que ao nossos olhos, o trabalho é algo penoso, quase punitivo, o que o torna pouco ou nada atrativo. Ao contrário daquela banda favorita, que já está associada a uma imagem agradável, portanto, mesmo que estejamos num ambiente lotado, barulhento e mesmo que estejamos de pé, estaremos felizes.

Interessante, não?

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Acredito que você já tenha percebido o que é necessário para acabar com nosso entusiasmo. Isso mesmo. Basta desfazer a imagem boa que temos sobre determinada atividade. Um episódio traumático, uma lembrança ruim ou até mesmo uma dúvida sobre um evento futuro. Tudo isso é suficiente para matar nossa animação e nos deixar sem vontade de participar de algo. A falta de entusiasmo é semelhante à tristeza, à insatisfação. Trabalhamos, estudamos, treinamos apenas pela obrigação. Nessas situações, o que fazer para recuperar o entusiasmo?

Entusiasmo vem só de você

Já foi dito acima que o entusiasmo é algo interno. Para solucionar a falta dele, precisamos de estímulos, tanto internos quanto externos. Podemos pedir ajuda para alguém e essa pessoa pode nos animar. É o caso de muitos atletas. Muitas vezes o desânimo é tão grande que não há vontade de treinar ou competir. Por isso é importante a presença dos treinadores e dos colegas de competição. No futebol, por exemplo, alguns times possuem um período antes dos jogos chamado de concentração.

A concentração serve para que os jogadores se foquem somente no jogo e durante aquele período vivam num ambiente voltado exclusivamente para a disputa em questão. Esse tempo que os jogadores passam separados é usado para estimulá-los, de modo que não desanimem e nem desistam da partida.

Além dos estímulos externos, ainda existem os estímulos internos, quando nós mesmos procuramos nos manter entusiasmados. Porém, para isso é preciso auto-disciplina, do contrário, desistiremos rapidamente. Muitas pessoas utilizam um sistema de perda-ganho, que funciona da seguinte maneira: imagine que você gosta muito de chocolate, então você evita comer chocolate até alcançar determinado alvo (você perdeu o chocolate durante aquele período), depois do objetivo conquistado você volta a comer chocolate (você ganha uma recompensa pelo sucesso). Mas como foi dito antes, isto exige muita disciplina.

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Devemos atentar também para o efeito oposto, quando o entusiasmo é exagerado, o que é prejudicial, pois acabamos por ignorar nossos objetivos e realizamos as tarefas apenas pelo prazer que temos nelas. Não podemos nunca perder o foco, do contrário não alcançaremos o que desejamos. Como alguém que corre numa esteira, por mais rápidos que possamos correr, não sairemos do lugar.

Mantenha seus objetivos bem definidos e defina caminhos para alcançá-los. Não tenha medo de mudar um pouco seus métodos, às vezes é preciso se ajustar ao vento. Seja disciplinado e vença as ondas do desânimo.

Tenha o porto sempre em mente.



Dante de Souza

http://magoliteral.wordpress.com

Gosto de escrever sobre filosofia, sobre a mente humana, sobre espiritualidade e autodisciplina. São os temas que mais me agradam. Meu sonho é me tornar escritor profissional e transformar vidas com meus livros.

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